Talvez, em criança, ter-se um vizinho de baixo baterista de jazz, amigo do dono de um estúdio de gravação e uma vizinha de cima com uma amiga possuidora de uma generosa colecção de discos dê nisto, a música. Junte-se um colega de escola com uma cave recheada de vinis e horas lá passadas a ouvir o Rock em Stock do Luís Filipe Barros e é meio caminho andado para o inevitável. Ser-se levada, adolescente, ao Infante para ver os Echo & The Bunnymen também não ajudou. Ou ajudou.
O certo é a música, os concertos, os discos virem a tornar-se fonte de trabalho e amizades, em alguns casos de décadas. Passagens pelo Rádio Clube Portuense, Blitz, Diário de Notícias, organizar concertos de todos os géneros e tamanhos, andar na estrada, ter editoras independentes e, a dada altura, ser fundadora e directora da Mondo Bizarre, uma revista de música e cultura, actualmente em versão digital, espelham um percurso variado dentro do meio. Quanto a bandas favoritas, os Clash continuam a ser do coração.